segunda-feira, 12 de julho de 2010

Militantes somalis assumem autoria de atentado que matou 74 em Uganda



Os insurgentes somalis shebab reivindicaram nesta segunda-feira (12) a autoria do duplo atentado que matou pelo menos 74 pessoas na véspera em Campala, capital de Uganda.
A informação foi confirmada pelo porta-voz do grupo, Alí Mohamud Rage, en Mogadício, capital da Somália. O grupo é ligado à rede terrorista da al-Qaeda.
"Somos os responsáveis pelo ataque porque estamos em guerra com eles (Uganda)", disse.
O ataque ocorreu em dois restaurantes que exibiam a final do Mundial da África do Sul-2010, informou a polícia.
O ataque é o mais mortífero já cometido na África Oriental desde os ataques contra as embaixadas americanas de Nairóbi e Dar es Salaam, realizados por membros da al-Qaeda e que custaram a vida de mais de 200 pessoas em 7 de agosto de 1998.
Anteriormente, o saldo de mortos era de 64 e de feridos 65. "As nacionalidades das vítimas serão comunicadas mais tarde", declarou à AFP a porta-voz da polícia, Judith Nabakooba.
As duas bombas explodiram num restaurante etíope do sul da capital ugandesa e em um clube de rúgbi do leste da cidade enquanto muitas pessoas acompanhavam a partida entre a Espanha e a Holanda.
Pelo menos 28 mortos eram ugandenses. Também morreram uma mulher irlandesa, 11 etíopes e eritreios.
Entre os mortos também figura um americano, informou a embaixada dos EUA em Campala.
O presidente americano, Barack Obama, condenou "os ataques deploráveis e covardes" e afirmou que seu país está disposto a prestar ao governo local a ajuda que precisar, informou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Mike Hammer.
"Só queríamos ver a partida, e infelizmente fomos para a área etíope", declarou no hospital Chris Sledge, um jovem de 18 anos, que sofreu ferimentos graves nas pernas e em um olho.
O chefe da polícia, Kale Kayihura, vinculou o duplo atentado às ameaças feitas recentemente por rebeldes islamitas Shebab na Somália contra Uganda e Burundi, dois países que enviaram um total de 6.000 soldados para a força de paz da União Africana na Somália (AMISOM).
Os shebab, que controlam a maior parte da Somália, consideram que se trata de uma força de ocupação.

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